Eu preciso falar sobre In The Mood For Love
Quizás, quizás, quizás…
In The Mood For Love, ou Amor a Flor da Pele, é um mergulho em um amor que se mostra nas entrelinhas, não é escrachado, mas nem por isso não aparenta ser vivido a flor da pele pelos personagens. A paixão aparece nos pequenos atos, atos que parecem tão simples e pequenos que passam despercebidos. Assim como o amor na vida real, que se mostra e reaparece nas nuances da vida e em pequenos momentos.
E para perceber as simples demonstrações do amor nos basta apenas estar no clima, e nos entregarmos a viver este sentimento conforme nos abrimos a ele. Nos filme, a sensação é o mais importante,suas cenas parecem nos fazer sentir mais do que racionalizar o que é mostrado na relação entre a Sra. Chan e Chow Mo-wan. Não nos importa muito o mundo ao redor deles, e os personagens secundários, mas os dois e o que vai acontecer com eles.
Quizás, quizás, quizás na voz de Nat King Cole, embala o romance e o deixa ainda mais envolvente, assim como as cores, o recorrente uso dos tons quentes e da cor vermelha, e a iluminação baixa que parece acolher os personagens. E assim como em Chungking Express (1994), filme do mesmo diretor que também fala sobre amor mas de uma forma um pouco menos dramática, há uma fuga do clichê. E talvez por isso eu senti tanto ao ver este filme, por que ele deixa uma ponta de imaginação e desejo de saber mais um pouco.
E como nas relações amorosas que vivemos corriqueiramente, que vem e se vão. Não sabemos em que momento da nossa vida encontraremos alguém para compartilhar afeto. Quando viveremos o desespero de saber o que o outro quer, e ainda o desespero de pensar até quando.
In The Mood For Love nos faz lembrar que o amor as vezes não está nas ações malucas hollywoodianas, mas na vida real, nos detalhes, no sentir e na própria relação. E assim como diz a letra de Quizás, quizás, quizás, muitas vezes não sabemos quando, como e onde encontraremos amor, nos só precisamos estar no clima para viver o amor.
